terça-feira, 11 de janeiro de 2011

NUANCES

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Fábula II

( Para Luís Costa,
poeta )


Lagos abissais
com margens de rutênio

blocos de rocha ácida
árvores
torcidas


                     O andante
não se deteve na borda das noites
                       / dos dias /
ou na dobra de qualquer rutilância
                       
: mergulhou
nas cores do nácar
& da orca

- megalopa
nos círculos da íris-

mas não achou
a flor do mal
na derme da holotúria
*
      então 
      seus peixes interiores vieram à tona
pra libertar anéis de fumo
                      no balanço da hora
azul


Galhos discretos
com rama escandente 
                            / cornetas de Datura /

- o universo suspenso numa folha






4 comentários:

Sidnei Olivio disse...

Grande Chico, "o universo suspenso numa folha"... só esse verso valeu meu dia. Abraço.

Anônimo disse...

Também saio mergulhada do poema, Chico...

Anônimo disse...

Que poema danado de bonito! E o blog tá no capricho!
DeniseEmmer

Anônimo disse...

Caro Assis, muito obrigado pela dedicatória. Fico sem palavras. Só posso dizer que é um belo poema.

Um abraço firme:

Luís