sexta-feira, 6 de abril de 2007

FLECHAS NÃO ATINGEM O LANCEIRO DO BEM

Acrílica sobre tela
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Ardência e Conjunção
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És inspiração e delícia
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Enveredas por minhas veias
rutilante e lúbrica
desfeita em mil faces
num cardume de arrepios

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ora urdes-te em seda, ora em manancial
plantel de potras no cio
diuturna fêmea
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E ardes+++++++++em meu peito
e latejas+++++++++em meu falo
e refletes-te no claro de meus olhos
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pra pernoitares
e amanheceres
aninhada em meus braços
enovelada em minhas pernas
como cobra
sabedora de mim
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Nosso sumo:
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Amor gaio
Carinho de mãe mamífera
Fome de lobo

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E sol e lua
E terra e água
E fogo e tora
Semente e ave

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Percorres meu corpo
e seu eco
numa lambida em beco escuro

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Regar as flores
e ejacular estrelas
é só o que nos resta

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E
sublimar
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Aos Olhos da Poeta
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Teu olhar tem algo, menina
que não sei se de chuva ou de sol
mas imploram ilhas às avessas
e também não são lagos
são anti-ilhas
imensidões de olhos
a confinar brilhos e búzios

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e alguma coisa deles respinga
enferrujando-me as juntas
- é ruim ser velho -
talvez um sal

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Mas tua face
e seus contornos e a pia angulação
com o colo
tem um halo de santa
e má dona
e é esta última inspiração
que oxida-me as roldanas

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Amei teu vulto e aquelas páginas
mais que as outras

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Vou dormir
Já passa das 5
Não sei se rezo ou me escancaro

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Em teu olhar
“o cheiro que vem de dentro das meninas”

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: pêssegos
cidra
inquietação
Um musgo reveste-me as gretas
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