segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

TEMPESTADE

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Extravio
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( Para Micheliny Verunschk )
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A vida do homem
é como a sombra de um pássaro
que nos sobrevoa
- Do Talmude -
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Ah frágil garça
--------------extraviada
sobre o mar de sacarose:
onde deixaste teus remansos

--------------tu que tinhas
a meta de um arpão ?

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Dói-me ver-te assim, tão zonza
, mas diz-me:
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onde teu manto de aguapés
tuas veredas, teu peixe e teu reflexo ?
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atrás de que colina rompeste
da fina sucursal do reino das hidras
pra voares agitada, consumida e tensa
com o pescoço em S e os artelhos esticados

--------------contíguos
com os caniços de taquara ?

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O deserto de clorofila e bagaço
te rouba o norte, eu sei
te coage, eu sei. Nada te serve por aqui
Foi o vento ? Um pensamento ?
Quem chocalhou teu navegar ?
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Ver quebrares tua linha
--------------em ângulo
como carta extraviada
me dói
Lanças-te e voltas em desespero
evocando o temor do pequeno caboclinho
quando foge do estrondo do alto e dos pinhés
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Tua alvura e teus egretes
foram feitos para a linha dos vôos sem manobra
para a tua costumeira pompa retilínia
de rainha dos rios e lodaçais

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O doce do primeiro é a desgrama do segundo:
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outro passante, o usineiro
o arrendatário das terras nas verdes colinas
jamais te saberão
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Um comentário:

Micheliny Verunschk disse...

oi, Chico. Belos poemas, esse e os outros.
abs!