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Auto-Imagem
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( Para Mia Couto )
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Nesta
pálida insignificância
vou-me múltiplo
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Não temas
minha pouca estatura
----------que de ave me basto
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----------: trago um vôo em cada pena
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Se esmarrido me apresento
----------, distendo
----------meus tentáculos
----------como a erva mirrada
----------na eloqüência
-----------------------da duna
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--------------------E não me olhes
------------------------de viés
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Arrancar-me do chão
----------é puxar o mundo
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----------lançar-me ao ar
----------é cotucar ventania
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--------------------interpelar trovões
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Nesta
compleição anfíbia
de larva precoce entre grãos
--------------------sou a sombra psamófila
--------------------num ovo de dragão
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mergulho no fogo // atiço as águas
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os séculos
de silêncio & rebentina
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transpirar nos labirintos
de insultos
e labéis
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----------e apesar
----------do frio
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----------apesar do arrocho
----------da amplidão do exílio
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----------e
----------do peso
----------da córnea turva
-------------------------e sem tenência
untar
a voz
----------d`uma longínqüa plausibilidade
-------------------------que martela
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à noite
em que me pus a refletir
as
mulheres-girafa
da Birmânia
e
os homens
com falocarpos
da Nova Guiné
as
vulvas
d`África
fatiadas na sombra
e
os
pés
atrofiados
das senhorinhas Chinesas
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os
prepúcios ceifados
como orelhas
de cão
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aos terrenos baldios das cercanias de casa
O sino, o mugido
reinventaram meu coração
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8 comentários:
Aff, querido poeta. Não me é possivel adjetivar seus poemas...sou só suspiros;)
bjo
Professor! Lembra que eu te falei que tinha visitado seu blog? Pois é! Tô mandando esse comentário pra comprovar a minha visita e também pra agradecer as aulas que vc deu na optativa!
A nossa sala não foi das melhores, mas eu tenho certeza que essa matéria fez a diferença nas nossas vidas!
Muito obrigada professor!
Tomara que a gente se encontre mais vezes durante a minha graduação!
Beijos, Raquel.
Chico!! Tomara que vc ainda se lembre de mim. Porque, pelo menos uma vez por semana, me lembro de vc e sinto saudades.
Mas fui eu quem sumiu, eu sei! rs... E agora tou aqui sem saber o que escrever aqui. Foram tantas as leituras e ainda mais as sensações!
Sou uma apaixonada pela poesia e aqui é a casa dela. Nao apenas nos versos, mas tb na beleza das fotos.
Ai ai...rs... vc é um artista muito lindo (em todos os sentidos!!!)
Beijo-beijo
Meu amigo Chico, bom demais revisitar seu espaço maravilhoso. Fiquei curtindo tudo e me atualizei. Aproveitarei e indicarei nas minhas páginas, viu?
Abração
www.luizalbertomachado.com.br
E as vaquinhas
pastam
e andam pelas trilhas
deixadas ontem
e nem dão bola ao pobre coração do poeta.
Abraços.
Olá !
"Soprar a vela é chamar a treva
Soprar a vela é ganhar o mar"
Como costumo dizer a minha amiga Hercília Hernande,"gostaria de ter tido a mesma inspiração" para escrever algo tão belo e tocante...
Trevas costumam dar medo, mas é preciso ganhar o mar... Apesar de tudo, navegar...
Bravo!!
Um abraço.
Taninha
Meu querido amigo: li apenas alguns dos poemas.Mas acho que gostei desse das vaquinhas...sei lá...rs.Vc é tão inteligente que tenho até medo de postar algum comentário.Ah,antes que me esqueça:Tem algum sobre os famigerados ratinhos???rsssss.
Um beijão.O Gu tb vai entrar aqui depois que sair do castigo(tirou 5,3 de Matemática).Falei a ele sobre as fotos maravilhosas.
Olá Assis,
gostei muito da sua poesia. Tomei a liberdade de incluir seu link em meu espaço virtual. Também sou poeta. se quiser me visitar estou em http://escrevinhamentos.blogspot.com/
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