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--------------------Vico
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aquilo que dançavam
por entre as ruas
do cemitério
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Iam e vinham
a percorrer os muros
com saias rodadas
--------------------de camponesa
pra voltar ao mesmo lugar
mil vezes
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D`um vaso de sempre-vivas
o Uroboro espiava
--------------------com a cauda
--------------------afogada na boca
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--------------------&
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eu, que me continha
sob o limbo d`uma folha de Ficus
[ que estrangulava
outra grande morácea ]
--------------------e voei à beira do rio
--------------------pra fugir
--------------------dos pensamentos
--------------------compulsivos
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---------------------Heráclito estava lá
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--------------------quando a noite
--------------------desce
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Estilhas
talharam o dia
quando a pedra
---------------caiu
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O outono
aderido à fuligem
rolou na cegueira
antecipando o inverno
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Toda alegria
---------------emigrou
---------------de antemão
pela rota das narcejas
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pra morrer no sul
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lá no sul
no extremo do sul
onde tudo
---------------a-bunda
5 comentários:
Da cauda da serpente à migração das pernaltas, da filosofia de Nápoles aos aforismos de Nietzche, mais os vôos e as estações, tudo convida a compartilhar esse nonsense. O velho Chico, qual o rio, é verdadeiramente um caminho para o mar.
A bunda no sul a alegr ia... de brilh ar o sol ao entardecer...no Outono
em todas as estações
Bj das nuvens
Legal, o encontro com Heráclito. E bem sabemos: nunca encontramos o mesmo Heráclito...
"em lugar algum se compra sossego
quando a noite desce" Belo!
Gostei deste dois poemas aqui, onde "pela rota das narcejas" é outono.
Um abraço.
"Heráclito estava lá"
disperso pelas correntes do movimento.
Também vou linkar seu blog.
Obrigado
Vicente
(Chico, tem que ler "Permanência" em meu blog. Temos muito que conversar)
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