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Recuerdos
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Enrodilhada
como a cauda
da verdadeira coral
--------------um raio de cisma
--------------brota dos olhos
--------------sem ventar provento
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- [ cisma de ] um mofo aspergido
--------------por paredões de grotas
--------------& palafitas bambas
, vez que pouco me lembro
da cisma dançante das algas
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Explode a água na noite do basalto
--------------&
os protagonistas de um bestiário torvo
--------------avançam em hordas
como devotos no anoitecer
--------------dos dias santos
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--------------Encharco
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Pairo medonhas feras
d`uma fauna excomungada
--------------que rasgam-me vulvas na derme:
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--------------as bundas primeiro
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--------------depois
--------------os olhos ciclópicos
--------------olores
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--------------córios
--------------âmnios
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--------------alantóides
--------------e gosma
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Como esquivar
do caruncho do couro
& da broca dos tendões
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--------------quando a lua vai a pino
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--------------e uma nítida lembrança
da mujer de los gatos
--------------retorna
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uma vívida lembrança
de seus gemidos
salobros
--------------retorna
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com aquela topografia de noite frescal
morna, úmida & cheirosa
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--------------pra cair
---------------------em mantos
--------------------------------de bruma
--------------na relva noturna de meus pelos ?
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6 comentários:
De quantos universos se fazem seus versos, meu caro Chico? Aqui tudo serve de mote, tudo se traduz inspiração.
{de Holanda}... muitos odores... muitas noites, amanhecer...
Perfeito !!
beijos de saudades pra vc
"quando a lua vai a pino" são mais nítidas todas as lembranças...
Um abraço.
Assis de Mello,
você me faz imensamente feliz!
Que alegria única fazer parte de sua seleta lista de indicação para o prêmio "Dardos", muitíssimo obrigada amigo!
Quanto ao poema, simplesmente belo! Mais uma das muitas coisas preciosas do Chico!
Forte abraço,
Hercília.
Da coral reluzente em lua a pino
Ao instante envolvente de um menino.
Abraços meu caro Chico.
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