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(Para Duda, amiga fenomenal-----------------------------------------
que põe o mundo em saias justas)----------------------------------------
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Uma idéia se debate
no chapéu:
ave xucra encarcerada com o gato
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Sangra a borda do bico
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nevam as penas cativas
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esgarçam-se as unhas
como seriam as tardes
num orfanato de vírgulas
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E o mundo farta-se de vespas, pedras que reluzem
ondulações de mulheres, meridianos, chacras
tramas de escritores mortos
mamelucos
mujiques tomando sopa de repolho
cocheiros cochilando nos coches
das infindáveis Londres vitorianas
enquanto a égua alterna a posição das pernas
e vapora pelas ventas
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Regalo remar nesse rio
que serpenteia em seduções
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mas só os loucos de pedra
são reais
e a insanidade é a meta
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Enquanto houver celacantos
e moringas de água fresca
atiremos o chapéu:
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vinga, corrupião medroso !
e danem-se os projetos
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---------------------------------------------aos Beat
---------------------------------------------aos naufragados )
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Primeiro
pinçou o cabinho da cereja
com o dedo que acusa e o dedo mais gordo
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Depois
como fazem as putas
ao reivindicarem barganha mais justa
lambeu a bolota suada de Martini
enfiou-a na boca com dedo e tudo
rodou-a, rodou-a com a língua
a lábia entreaberta
e castigou-a de leve
com os incisivos remontados
num showzinho manjado
à elite de bêbados
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Vez ou outra
o pedúnculo confuso espiava pra fora
como o olho de um caramujo sem concha:
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avaliava a multidão de tarados
com âncoras e cobras estateladas no corpo
e voltava, recalcitrante
para o interior mais sutil
daquela gruta compêndio de história
*
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E seu dedo dançava na borda do copo repetindo um Ó
E o garçom suava em branco e preto
E ela tinha joanetes
E havia aquele som de trompete
E Miles defunto nem se importou
E a voz do cantor saía do duodeno
E seu nariz era adunco
E ratos cochichavam sob a pia
E alguém temia um exame de sangue
E, no agito, um silêncio de árvore
E cupins roíam o forro
E alguém pisou num chiclete
E eu pedi outro Jack
E a cereja se esgarçou na boca
E a cereja tinha a cor da calcinha
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