sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

CONSPICUIDADE

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O Tempo e a Chama
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À beira do fogo, tu:
sozinha e abstrata
fluida no mistério da brasa
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.............................................E eu
.............................................calado
no carvão de um segredo estranho
que não posso revelar-te:
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tingimo-nos de alvura e lodo
apartados pelo véu tecido em aço
de malditas convenções
pois vinte anos nos separam
à margem desses fogos
.............................................de junho
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e outros séculos de moralidade
.............................................decepante
despejam água no candelabro
circundado de sapos que engolem vento
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Quisera enterrar semente
.............................................de um beijo antigo
na jovialidade rubra de teu rosto
e colher o germinar perene e verde
.............................................de teus olhos
que ainda não compreendem tudo
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Sou de ontem mas sou de sangue
............................................e tu
gata mourisca de poucos cios
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mas o calor que procuras
no estalido das toras
não é o mesmo
que me é direito ofertar-te
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Então
- ave ártica que perdeu seu peixe-
trespasso a água e me arremeto
.............................................ao vôo

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2 comentários:

Alice disse...

ora ..ora ...ora.... não é que te achei nessa maluca blogosféra !! ... amei seu blog... suas poesias são cada vez mais lindas e eu continuo "encafifada" com o que há debaixo do seu chapéu !!! heheheeee

estou add vc aos meus pensadores favoritos... passa lá no www.alicenopaisdopensamento.blogspot.com

beijos ...muitos bjussssssss

Alice disse...

... voltei, e continuo lendo... lendo... lendo.....