sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

ALTURAS

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A Alpinista
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(Para Denise Emmer)
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Não importa se loura ou morena
há sempre orvalho
ao seu redor
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Sempre o ar determinado
--------------------e competente
brisa mansa, olhos serenos, boca precisa
- decotado sorriso que faz navegar
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É linda
e os asteróides a visitam
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Ficaria bem numa casa de chás
seguida de outros olhares
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Ficaria gloriosa ao ser atendida
por um garçon
da mais ímpar gentileza
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E certamente manteria a mesma discrição
quando picada por insetos
ao percorrer as trilhas
antes de chegar às pedras
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ou com a crosta das montanhas
sob as unhas
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Talhada em auges, cumes, hipóxias
--------------------e canções
nunca a vi a cavalgar o Raio / a compor um poema
mas sei que inverte o traçado dos astros
que seu mundo é de altura e amplidão
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Houve nela o dedo das divindades
--------------------é certo
mas não daquele deus da Serra dos Órgãos
--------------------cujo torso acariciou
mas dos deuses de todos os píncaros
que se esfregam livres por infinitos panteões
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Eu, por outro lado,
sou do chão
Talvez nem possa dialogar
com quem menos se aventura
por navas e chanuras


Só nos sonhos me atrevo
E é por isso
que escrevo
agora
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3 comentários:

Anônimo disse...

Assis, obrigada pelo convite para conhecer o seu espaço.
Há aqui uma beleza ímpar entre imagens e palavras que matizam e prendem a atenção do leitor levando-o a buscar outros horizontes e criar o seu próprio significado. Tenha um belo sábado. Beijos!

Alice disse...

Sinto informar-te, mas falta aqui a minha poesia !!!!... saudades de ti

Alice disse...

bjo bjo bjo !!!