terça-feira, 10 de junho de 2008

SUMIDOURO

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O Tempo a Galope
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( Para Edson Cruz e Pipol, editores
do portal de literatura e arte Cronópios
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1.
Nesta manhã
de um outono
perdido
refugo a claridade
------------reluto
em começar
------------a escrever
; rudimentos da conversa
entre dois homens
que raspam
enxadas no chão
rompem o que se foi
da neblina
e chegam a esta mesinha
na varanda
*
um beija-flor
terminou de lancetar
------------a flor de plástico
e gritar um txiiiiiiiiiiii
------------ou melhor
um djiiiiiiiiiiii
*
desaprendi
a deter as coisas
e as borboletas voam
------------por aí
não sei onde

*

*
*
2.
Nesta noite
de uma primavera
em fuga
refugo a escuridão
reluto
em parar------------
de escrever
; rudimentos da conversa
entre duas mulheres
que lavam pratos
e rotinas------------
rompem o que se foi
do lusco-fusco
e chegam a esta mesinha
na varanda
*
um morcego
terminou de tangenciar
a lâmpada------------
e gritar um silêncio assim: { }
ou melhor------------
assim: [ ]

aprendi
a não reter as coisas
e as mariposas voam
por aí------------
bem sei onde
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3.
O tempo
a galope:

apaguei
a planta
da tarde

fiz
morrer
o inverno
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3 comentários:

Cláudio B. Carlos disse...

Muito bom!

Grande abraço,

*CC*

Edson Cruz disse...

Caro Assis.
grato pela dedicatória. o poema é bem bacana.
abraço,

edson

Anônimo disse...

Lindo...gostei demais