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Tão logo o inverno se foi
abri as mãos
--------------e libertei o vento de Jacarta
como Miró libertaria um pássaro
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Melhor assim
--------------após reter as mãos fechadas
--------------os dedos tesos
---------------------------de quando o frio é rigoroso
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se ser abelha é a vocação das almas
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Planejei acalentar o mar
--------------galopar o hipocampo
--------------soltar as lepas dos cascos
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mas desisti de tudo ao conhecer Amisha
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: por ela
soprei um novo inverno
--------------pra que não tivessemos que deixar o quarto
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-----------------------------------as borboletas des-
-----------------------------------voaram
-----------------------------------as lagartas retornaram
-----------------------------------aos ovos
--------------------------------------------sobre as folhas
--------------------------------------------da passiflora
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quando a primavera
--------------apontou
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mas
desta vez
--------------foi leve fresca lambuzada de néctar
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7 comentários:
Lindo poema Chico, néctar dos deuses!
"se ser abelha é vocação das almas"... você nos oferta um cálice [generoso] de puro mel. Adorei!
"Dois invernos" adoçou-me, levemente, o espírito.
Abraços,
Hercília F.
Por aqui, nunca perco a viagem. Abraço, amigo, feliz 2009.
oi, chico!
muito lindo esse seu poema!
não há parte que eu destacaria, só o poeta!
beijos
Miró nos liberta ria tb…
Se abelhinha é doce mel … aquece o frio...
Ai o sol…. De que servi ria sem o (f) rio …
… a Primav era despontou desta vez…
Tanta a influência das abelhas…
Por isso doce mel o dia…
Beijinhos imensos das nuvens
As borboletas desvoaram. E Alisha não ficou. Apesar da brisa... Delicioso poema, meu amigo. Um abraço.
Abertas as suas mãos, emergem tesouros como este, Chico. Que nos alcancem então estes ventos, que sem planejar, desenham sonhos pelas estações.
mis saludos desde Santiago de Chile he venido a saludarte y leer-mirar-olhear
obrigado, grato por la vista
abrazo desde el sur de América
Leo Lobos
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