segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

BRISA

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Dois Invernos
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Tão logo o inverno se foi
abri as mãos
--------------e libertei o vento de Jacarta
como Miró libertaria um pássaro
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Melhor assim
--------------após reter as mãos fechadas
--------------os dedos tesos
---------------------------de quando o frio é rigoroso
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se ser abelha é a vocação das almas
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Planejei acalentar o mar
--------------galopar o hipocampo
--------------soltar as lepas dos cascos
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mas desisti de tudo ao conhecer Amisha
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: por ela
soprei um novo inverno
--------------pra que não tivessemos que deixar o quarto
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-----------------------------------e então
-----------------------------------as borboletas des-
-----------------------------------voaram
-----------------------------------as lagartas retornaram
-----------------------------------aos ovos
--------------------------------------------sobre as folhas
--------------------------------------------da passiflora
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mas Alisha não ficou
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Novamente, libertei uma brisa da Ásia
quando a primavera
--------------apontou
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mas
desta vez
--------------foi leve fresca l
ambuzada de néctar
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7 comentários:

Hercília Fernandes disse...

Lindo poema Chico, néctar dos deuses!

"se ser abelha é vocação das almas"... você nos oferta um cálice [generoso] de puro mel. Adorei!

"Dois invernos" adoçou-me, levemente, o espírito.

Abraços,

Hercília F.

Lau Siqueira disse...

Por aqui, nunca perco a viagem. Abraço, amigo, feliz 2009.

Adrianna Coelho disse...


oi, chico!

muito lindo esse seu poema!
não há parte que eu destacaria, só o poeta!

beijos

f@ disse...

Miró nos liberta ria tb…
Se abelhinha é doce mel … aquece o frio...
Ai o sol…. De que servi ria sem o (f) rio …
… a Primav era despontou desta vez…
Tanta a influência das abelhas…
Por isso doce mel o dia…


Beijinhos imensos das nuvens

Graça Pires disse...

As borboletas desvoaram. E Alisha não ficou. Apesar da brisa... Delicioso poema, meu amigo. Um abraço.

d'Angelo Rodrigues disse...

Abertas as suas mãos, emergem tesouros como este, Chico. Que nos alcancem então estes ventos, que sem planejar, desenham sonhos pelas estações.

Leo Lobos disse...

mis saludos desde Santiago de Chile he venido a saludarte y leer-mirar-olhear

obrigado, grato por la vista

abrazo desde el sur de América

Leo Lobos