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Sou biólogo, prof. na UNESP- Câmpus de Botucatu, SP. Nas horas vagas, e desde que a cabeça ajude- coisa muito rara-, pinto quadros, escrevo poemas, fotografo e faço outras atividades terapêuticas para manter-me Zen. Este blog foi criado para os amigos verem o meu lado artístico. Tudo o que é postado aqui já foi registrado e tem direitos autorais. Estou fazendo o possível para camuflar digitações necessárias para diagramar as linhas nos poemas; nem sempre fica bom. Sejam bem-vindos.
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- A imagem que emergiu pra mim, a partir da leitura de "Na Borda da Ilha", livro de Assis de Mello, foi a de um pântano, de uma água extremamente densa, verde-escura, cheia de líquens e de vitórias-régias, mas de onde a vida brota o tempo todo. É uma poesia religiosa, mas no sentido de uma religião da natureza, panteísta, meio indígena, como dizia Allen Ginsberg: “Santo, santo, santo, tudo é santo”. Nesta ilha, a natureza é mística e a mística é natural. Não há uma metafísica, mas há uma ontologia. Heideggeriano, o transcendente não está em outro lugar, como um céu, ou um mundo das ideias, por exemplo. O transcendente está no interior, na profundeza das próprias coisas.
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No texto de apresentação, Willer relaciona a escrita de Assis de Mello com a de vários outros autores, mas não citou a correspondência que, para mim, pareceu a mais urgente: Walt Whitman. É como se o homem, ainda que mortal e consciente da morte, estivesse bem encaixado e bem relacionado com a morte, porque, como dizem os versos barrocos: "O todo sem a parte não é todo, a parte sem o todo não é parte." Os versos de Whitman dizem o seguinte:
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Que fim levaram os velhos e os jovens?
Que fim levaram as mulheres e as crianças?
Todos estão bem e vivos em algum lugar;
O menor broto mostra que a morte na verdade não existe,
E se um dia existiu, seguiu tocando a vida, sem ficar à espera para interrompê-la,
E deixou de ser assim que a vida apareceu.
Tudo segue e segue sem parar... nada se colapsa,
E morrer é diferente do que se imaginava, bem mais afortunado.
Alguém aí achou que foi sorte ter nascido?
Já me adianto e digo a ela ou ele que também há sorte em morrer, e disso sei bem.
Cruzo a morte com o moribundo e cruzo a vida com o recém-nascido... não estou contido entre chapéu e botas.
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É ler Assis de Mello e encontrar imagens de força e pulsação semelhantes.
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Outra conexão que pode ser estabelecida é com Nietzsche e o seu Zarathustra, o homem natural.
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Assis de Mello é biólogo e trouxe muito da biologia para os seus poemas. Uma amálgama perfeita, de onde emerge uma poética nova, diferente, telúrica. Vale a pena conferir.
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- (DANIEL LOPES- Escritor, autor dos livros "É preciso ter um caos dentro de si para criar uma estrela que dança" e "Pianista Boxeador. É colunista do site Página Cultural.
4 comentários:
Querido poeta, fico muito lisonjeada com o seu presente, de verdade. Ainda mais colocando o meu blog entre os seus preferidos. É muita honra. Porém, sem querer ser indelicada, não me sinto à vontade em colocar esse selo em meu blog. É uma questão pessoal, subjetiva, que não cabe aqui explicar. Espero que não fique decepcionado e me entenda. Mas não deixe de visitar meu espaço, porque ter você(um poeta de seu naipe) como meu leitor é uma honra e um prazer enorme. Beijo.
Muito obrigada,fiquei lisonjeada, em breve postarei.Gostaria de ter ido na casa das rosas, mas não foi possível. Agradeço tb por me manter informada das coisas que acontecem poraqui.
beijos ternos
Chico!!!
Querido, obrigada pelo prêmio!
É indescritível a sensação de ver um escritor do seu nível ofertar um selo na qual recebeu...
Vc merece muitos prêmios!!!!!
B.E.I.J.O.S, do meu jeito!
Grande Chico!
Muito obrigado pela indicado do blog "BENNY FRANKLIN - Poesia Beat" ao prêmio Selo Blod de Ouro". Isso valoriza a minha escrita.
Valeu, poeta primoroso
que escreve como ninguém!
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