AMOR, CONFIANÇA E LIBERDADE

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Teus olhos, meu filho
são as luzes à frente
num túnel sem fim:
caminho cavado
na rocha das eras

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Cabe a mim
- e só a mim -
deixar em tuas mãos
o bastão que recebi
na corrida
dos amorosos
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mas a cesura da noite
foi sangue nas folhas
de um manual de decências
e os ventos condenam

as exúvias

ao pó

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Tudo o que quis
quando ainda não falavas
foi aninhar-te nos braços
aquecer o teu leite
tecer-te uma fábula
que encantasse
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mas as botas de lama
irromperam na via
de todos os Salmos
e nossa rota
curvou-se assim:
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traço seco no vazio
na página em branco da vida
quando tudo
importa tão pouco[1]

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[1] Frase de desfecho do poema “A Verdade”, de Cláudio Willer. In: Estranhas Experiências e Outros Poemas, Ed. Lamparina, RJ, 2004.
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