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da noite
antes do tédio
da clara manhã
: têmpera fosca
de antimônio e caulim
*
- quantos fantasmas
reviram nos caleidoscópios
e se desmontam
pra depois se recoserem
numa falange de proteus (?!)
Hora de hulha
povoada de folhas
e sarridos
*
*
Hora de unha
motinação
e esgarçadura
*
Explode a laca
pra fora de mim
*
e é assim
que me aplaino:
cochonilha atada
à raiz
da geada
chumbo de águas-vivas
.............................e de polvos
Chumbo de tentáculos
A caravela portuguesa
não se presta à poesia
- é eminência de ardume -
Quisera estrondar-me
como a jubarte
que se atreve ao ar
esgueirar-me
..............................- angüila -
nas fendas do coral
arrancar-me
..............................feito um raio
de peixe prata
E não ensimesmar-me
como um gastrópodo
na concha
..............................e sem o mar
O teredo da morte está na madeira do leito, está na quilha do navio. Mas o amor golpeia mais forte nos lambris do sonho. E eu ouço a noite rasgar-se no talha-mar de uma proa*
*
*
Um comentário:
E eu que só falo dos gatos, invejo-lhe o conhecimento da bicharada e a musicalaidade dos sons...
Obrigada!
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