*
*
*
*
*
Sobre Um Certo Paciente do Dr. Freud
*
*
Só três tipos de noite
o vestiam:
------------- a de poeira & ossos
------------- a de poeira sem ossos
------------- a sem poeira, só ossos
&
pouco lhe restava
-------------a proceder
-------------nesses nojos
*
, além da obrigatoriedade
- de se inalar enxofre
enquanto almejava a horizontalidade
------------da planície;
*
- de desviar de cobras
------------emplumadas
& de anfíbios
------------escamosos;
*
, além de
*
- arar o mar & nadar contra gumes de facas;
*
&
*
- debater-se
na Babel ao cavoucar o paredão
de pedras
*
------------[ ou ]
*
------------- dançar
------------pra uma platéia
------------de fantasmas
*
*
Boa mãe: a floresta pare e devora
------------os próprios frutos
*
*
9 comentários:
Vicente é um amigo querido e um excepcional operário das palavras sensíveis. Bravo, meu caro Chico, por traduzir em poesia signos precisos em torno dele!
Abraços, querido!
A vida e a morte no mesmo olhar do poeta... Gostei do poema.
Um beijo Chico.
Olha, não conheço esse Vicente, mas a poesia é universal e posso afirmar que é um ótimo poema. Muito bom mesmo!
Conhecei Vicente no final de semana, durante a FLIPORTO, em Porto de Galinhas. Impressionante.
Estes versos finais parecem ele.
Um beijo daqui, Chico.
Olá Assis, muito obrigado pelo comentario lá na Verbo21. Foi otimo conhecer seu blog poético, mesmo. É muito lindo. Quanto aos Urubus, eles também tem sua beleza, assim como os corvos e a madrugada. Voltarei sempre.
Grande Abraço
E pensar que passamos por tudo isso, e as vezes nem percebemos.
abraços.
O Chico surpreendente e inventivo de sempre. Pérolas como "arar o mar" só nos deixam uma alternativa: mergulhar nessa Babel e apreciar seus belos frutos.
Belo. Dominio perfeito das palavras, simplesmente divino teus poemas.
Abraços,
Cris
Toda Babel nos leva àquela sensação íntima de algo/?alguém jogando com nossas vidas.
Temos alguns bons dicifradores deste mistéiro, Freud é um deles, mas infelizmente o pouco que conseguem é propor-nos mais mistérios. Lembramos as palavras sábias daqueles que nos amam, principalmente na infância, quando nos ensinam métodos para enfrentar os escuros, os vasios e lotados da alma. E acho que me sinto assim, aprendendo tais sabedorias, ao conhecer suas palavras&idéias, Chico. Mas nisso não há nenhum mistério, em tempos de blog, ainda sou um bebezinho. Aparece lá para curtir meu choro dengoso, rss.
http://devir-antesdosnomes.blogspot.com/
Aquele abraço.
Postar um comentário